Hoje acordei em paz. Abaixei as minhas armas, despachei todas as munições ao meu redor e no ponto mais do cume da minha vida, hastiei uma tremulante bandeira branca. Nessa manhã morna, me despi de todas as armaduras, projetil, tanques e armadilhas. E sem nenhuma carapuça, nu, senti o que há muito tempo não percebia. Nesse pequeno universo existencialista criei um pouco do seria um pouco de mim. Pedi passagem ao vento que atravessava a janela naquele momento para invadir, junto a ele, aromas repousantes, lembranças aconchegantes e algumas doses de paz.
Pela última vez me despedi das trincheiras e dos becos de guerra. Já nem me lembro mais o som entorpecente de gritos dos desalentos. Deixei para trás o sangue coalhado que de uma veia aberta saiu e que mesmo quente não criou sensibilidade. Para o tempo, reservo o trabalho de tornar as poucas lembranças em ferrugem, os meus músculos em menos fibras e da semente uma flor.
Postei para quem quisesse ler, mensagens de paz escritas em papel branco. Nas margens, adornos, no conteúdo a esperança e no pensamento a lembrança. Parábolas, filosofias e recordações. Reflexão para sentir o gosto do café e sabor de ser beijado. Hoje acordei pedindo paz.
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