Thursday, July 20, 2006

Ao seu lado quero construir uma cidade. Erger paredes sólidas em patamares firmes. Edificar e tornar consistente o que sempre quis para mim. Lavrar constituições inconstitucionais. Armar pavimento em ruas e fazer do asfalto um passaredo de nós dois. Praças, alamedas e canteiros com as mais bonitas flores, dotadas com o que há de mais vibrante em cores e fragrâncias. Espalhar avenidas por todo espaço para assim ficar mais fácil o acesso. Um fluxo perfeito.

Cruzar as ruas uma nas outras, fazê-las se encontrarem, simulando o imbróglio de nossas pernas em noites que nos entregávamos aos prazeres de Baco. Muita iluminação, claridade: é pouco que desejo. Construir uma cidade interiorana como um complexo metropolitano. Nesse ambiente a lenda dá as mãos para os sons. A melancolia se despede junto dentro do último expediente despachado.

Tijolo sobre tijolo com cimento para unir. Barras de ferro, argamassa,esquadrilhas....haja trena para medir o que eu quero. Esqueça os cálculos e apenas execute, dessa forma fica mais fácil.

Wednesday, July 12, 2006


a música para mim sempre esteve presente. uma personagem indispensável que estampa a minha vida de uma forma marcante. um música para lembrar um momento que a apenas a memória pode resgatar, música para acalmar a alma, música para acomapanhar um encontro aconchegante, música para movimentar o corpo. as mais variadas facetas das notas musicais são verdadeiras cúmplices da minha presença.
para esse ano, a música vai representar uma página muito especial. nem preciso dizer da minha alegria de agregar a equipe de comunicação do 26º Festival de Música de Londrina. Além experiência inédita, estar em contato com uma parcela dos melhores musicistas do Brasil, e por que não dizer do mundo, será um laboratório inesquecível para a minha carreira.
Minhas palavras vão terminando por aqui, tenho uma reunião daqui a pouco justamente para acertar os procedimentos desse evento. Mais tarde a gente se fala.

Monday, July 10, 2006


Desde pequeno, quando a infância me acompanhava, sempre pensei, ou me fizeram acreditar, que o esporte era uma ótima ferramenta para desenvolver atividades em grupo, explorar dinâmicas coletivas e outros métodos para entrosamento e interação social. Esse é o lado humano que a prática de esportes pode oferecer. Não estou nem cotando os benefícios para saúde, aquela imensa lista de proezas que os exercícios e o esporte podem fazer de bom a tão sonhada qualidade de vida.

Em meio a tantas facetas que o esporte tem, em uma delas eu ainda desacredito. Com a final da Copa do Mundo, é de se esperar que a adrenalina atinja níveis estratosféricos, que o sangue nas veias entrem em erupção. As situações enfrentadas em uma final de Copa de Mundo são desumanas: dar conta da pressão que se passa, da responsabilidade que o momento oferece e dos demais adversários são condições muito desafiadoras.

Mesmo com todas essas adversidades, nada justifica o comportamento do nosso amigo Zinedine Zidane. A cabeçada do francês no peito do italiano Materrazi foi a contemplação do ridículo. A miséria humana que se manifestou pela ignorância. O Fantástico se deliciaria com a leitura labial dos jogadores, só para revelar as troca de farpas entre as estrelas.

Não estou aqui para defender nenhuma das partes. Não tenho nenhuma referência italiana e muito menos francesa, até por que nenhum dos jogadores envolvidos irá dividir comigo nem as migalhas das cifras milionárias de seus exorbitantes cachês. Achei de uma deselegância infindável a atitude do francês.

Ainda mais depois de ter anunciado a sua precoce aposentadoria, Zidane poderia ter saído como um rei dessa Copa, um ícone venerado por toda uma geração. Por uma turbulência cerebral, Zidane esquentou os miolos e arremessou a própria cabeça ao peito do italiano. Poderia ter terminado a carreira de jogador e desfrutado as honras de um mito, mas nem a medalha de segundo lugar em foi receber. Segundo lugar não é nenhuma vergonha. Vergonhoso foi a atitude dele, a cabeça voadora.

Agora imagine se em todos os insultos proferidos iriamos utilizar a cabeça como resposta? Use a cabeça, Zidane.

Monday, July 03, 2006



O MESTRE DAS PALAVRAS

Depois de um tempo na abstinência com as palavras virtuais, venho à tona para demostrar e apreciar um dos melhores compositores da música brasileira. Saborear as palavras de Chico Buarque é a mais perfeita contemplação dos sentidos. Não há letra escrita por ele que ninguém se identificou em alguma situação da vida. A sensibilidade do compositor extrapola os limites de um simples mortal. Chega ao ponto de invadir intimidades mais profundas e vasculhar nas ferragens da alma emoções e sentimentos rasgados.


Atrás da porta Francis Hime - Chico Buarque/1972

Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acrediteiEu te estranhei
Me debrucei
Sobre teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
No teu peito
(Nos teus pelos)*
Teu pijamaNos teus pés
Ao pé da camaSem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho
Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que inda sou tua
Só pra provar que inda sou tua...

* verso original vetado pela censura